Guardarás numa caixinha virtual
o que não fiz por ti,
a mão que não chegou à sobrancelha
que nem aflorou,
o beijo repetido nas palavras
sem que o tacto
o multiplicasse qual se desejava.
Nessa caixa de nada, não tardará depois
a não estares só tu,
a não estar só eu,
a estarmos só os dois.
CARVALHO, Armando Silva, O País das minhas vísceras, s.l., Língua Morta, 2021, p. 15.
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