terça-feira, 26 de julho de 2022

O que guardarás de mim?

Guardarás numa caixinha virtual

o que não fiz por ti,

a mão que não chegou à sobrancelha

que nem aflorou,

o beijo repetido nas palavras

sem que o tacto

o multiplicasse qual se desejava.


Nessa caixa de nada, não tardará depois

a  não estares só tu,

a não estar só eu,

a estarmos só os dois. 


 CARVALHO, Armando Silva, O País das minhas vísceras, s.l., Língua Morta, 2021, p. 15.

Sem comentários: