Eu não sabia que o azul amanhã
é vago espectro do brumoso ontem;
que agitado por sopros de centúrias
o coração anseia arder, arder.
Sinto seu influxo, sua latência, e quando
quer as suas luminárias acender.
Mas a vida está chamando,
e já não é tempo de aprender.
Eu não sabia que teu sol, ternura,
dá ao céu das crianças a cor rosada,
e que, sob o loureiro, o herói rude
algo de criança tem de ter.
Oh, quem pudesse num tremor de criança
a uma alvorada de inocência renascer!
Mas a vida está a passar,
e já não é tempo de aprender.
Eu não sabia que a paz profunda
do afecto, os lírios do prazer,
a magnólia de luz da energia,
leva no seu brando seio a mulher
Minha fronte rendida nesse seio brando,
um homem de verdade poderia ser...
Mas a vida está a acabar,
e já não é tempo de aprender!
Porfírio Jacob in Um país que sonha - cem anos de poesia colombiana, Assírio e Alvim, s.l., 2012, pp. 48-49.
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