Toma o meu corpo transparente
no que ultrapassa tua exigência taciturna.
Dou-me arrepiando em tua face
uma amaragem nocturna.
Vem contemplar nos meus olhos de vidente
a morte que procuras
nos braços que te possuem para além de ter-te.
Toma-me nesta pureza com ângulos de tragédia.
Fica naquele gosto a sangue
que tem por vezes a boca da inocência.
CORREIA, Natália, Antologia poética, Lisboa, D. Quixote, 2013, p. 51.
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