domingo, 30 de abril de 2023

Amor: o brilho da espada / Que corta as veias do tempo

Amor: o brilho da espada

Que corta as veias do tempo.

E eu ebriamente enrolada

Na onda de um teu movimento.


As nossas sombras unidas

Na estrela de sermos após

Os mortos desta guerra perdida

Para a ganharmos além de nós.


Maliciosa criação do mundo

Que, fulmíneo, o Amor dará por findo.

Eu e tu afogados no fundo

Numa só boca a cantar no cimo.  



CORREIA, Natália, Antologia poética, Lisboa, D. Quixote, 2013, p. 74

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