Por toda a liberdade autêntica sumida
na noite de uns tempos que jamais houve, e errado é lamentá-los,
por toda a liberdade, a que do horizonte avança,
como um soluço inadiável exigindo lágrimas
e uma divisão tão vasta que me apagarei,
é preciso que eu me perca entre muitos outros,
que ninguém me conheça, que ninguém me veja,
ao procurar-te, Amor, cansadamente,
à luz terrível de saber que me esqueço
do teu rosto, do teu nome, do teu corpo eterno.
SENA, Jorge de, A derradeira visita - Coroa da Terra, Assírio e Alvim, 2021, p. 56.
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