Marina de Portimão |
Olha-me o gato. Olhar arqueado de suspeita. Espreita.
Espreita-me pela frincha da alma o pássaro que
esvoaça no meu peito. Salta-me o gato. Rasga-me
O peito. E do meu lado escorre-me um lago
De sangue e leite. E um bocejo contrafeito.
TaORRADO, António, Das coisas interiores, Lisboa, Glaciar, 2022, p. 90.
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