Amanhã, meu amor, já não terás de ver nos meus olhos
o reflexo das velas cansadas da viagens; nem das aves
que sobrevoaram o cais, mas, por descrerem do verão,
desistiram de perseguir os barcos que se foram a um país
de sol. E não terás também de ver as minhas lágrimas, porque
uma mão maior virá cerrar-me as pálpebras para esconder
deste mundo que a morte nunca chega para quem ama.
PEDREIRA, Maria do Rosário, Poesia reunida, Lisboa, Quetzal, 2012, p.113.
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