um baloiço-para-auras repousava num livro.
o livro era uma marionete de sonhos a brincar de realidade [a realidade está manchada de acrobatas que salvam as redes...]
um dia fiz um desenho complicado para ser simples: pus olhos inquietos, mãos mágicas, três margens da mesma aura dançante, fios de cabelo prateados, peugadas de gazela, meias-luas, dois pedaços de timidez, monstrinhos e provocações; ah!, também pus segredos literários cifrados e atalhos sem sinalização para quem frequente a imaginação. tinha cheiro de território. havia qualquer coisa de margem no desenho.
ONDJAKI, Materiais para confecção de um espanador de tristezas, Editorial Caminho, 2009, p 48.
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