Winston interrogou-se, tal como muitas vezes antes se interrogara, se ele próprio não seria um louco. Talvez um louco não fosse senão uma minoria composta por uma pessoa. Num dado momento, tinha sido sinal de loucura acreditar que a Terra é inalterável. Era possível que estivesse sozinho na defesa dessa convição e, por estar sozinho, fosse um louco. Porém, a ideia de ser um louco não o perturbava sobremaneira: o horror resultava da possibilidade de estar também negando.
ORWELL, George, 1984, Alfragide, D. Quixote, 2019, p.
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