Recinto alongado, aparentemente aberto do lado Nascente; conservam-se cerca de quatro dezenas de menires, de formas maioritariamente ovóides, sendo notória uma maior concentração de monólitos, os maiores do conjunto, no lado ocidental. Apresenta um pequeno conjunto de menires decorados, que têm sido interpretados, na sua maior parte, como representações de carácter antropomórfico; os temas dominantes são a lua, o quadrilátero e o báculo, gravados em baixo-relevo; o menir 17, de forma pouco comum, ostenta uma temática igualmente pouco frequente nos menires alentejanos, constituída nomeadamente por antropomorfos, associados a figurações solares e, possivelmente, motivos corniformes.
O monumento relaciona-se, em termos gerais, com o recinto dos Almendres, e de uma forma mais directa, com o recinto de Vale Maria do Meio e com os menires da Casbarra e do Mauriz, que se localizam, em linha recta, para nascente da Portela de Mogos. Para Sul e Sudeste, foi identificada uma notável concentração de povoados neolíticos, com destaque para o da Valada do Mato.Contexto paisagísticoA Portela de Mogos implanta-se junto ao topo de uma encosta bastante declivosa, exposta a Nascente e, tal como os Almendres, ocupa um ponto bastante destacado na paisagem regional, numa lomba de topo mais ou menos aplanado, onde afloram sobretudo as rochas do complexo migmatítico, e que corresponde às últimas estribações orientais da serra de Monfurado. Trata-se, em ambos os casos, tal como em S. Sebastião, de pontos com elevado domínio visual sobre a peneplanície que se estende para Leste, enquadrada, no horizonte, pela serra d’Ossa.
O recinto, descoberto por H.L. Pina, foi publicado no início dos anos 70, tendo sido objecto de uma campanha de escavações e subsequente restauro, em 1995 (Gomes, 1997a).
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