Um homem nasce chora cresce ri
sofre e faz sofrer caminha canta
tem sede fome frio medo pressa
perde-se transborda arde sorri.
Um homem sozinho no meio da noite
assobia para amansar os monstros que o habitam.
Abraça empurra mata beija morre
cansa-se de si mesmo apaixona-se
dá-se à vida sabe que se acaba
que escorre o que é por entre os dedos.
Um homem olha o céu as nuvens e diz-se
em silêncio que breve
que bela e fugidia é, foi, a vida.
PIQUERAS, Juan Vicente, Instruções para
atravessar o deserto - poemas escolhidos, Porto, Assírio & Alvim, 2019, p 55.
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