DO VENTRE DA BALEIA ERGUI MEU GRITO:
Senhor! (dizer teu nome só é bom),
Em fé, em fé o digo, mesmo com
Um coração pesado e contrito
Que és de tudo verdade e não mito,
O coração do amor, de todo o dom,
Conquanto seja raro o bem e o bom
E toda a luz aqui me falhe, és grito
Que chama toda a chama de esperança
E acorda a luz que resta à réstia eterna,
Conquanto viva o mártir na espelunca
Da vida (quem espera amiúde alcança)...
Possa o nazireu preso na cisterna
Sofrer de ser só tarde mas não nunca.
JONAS, Daniel, Nó - sonetos, Porto, Assírio e Alvim,2014, p. 9.
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