Uma estação para o amor feroz,
O arco reluzente em torno de ténues
Fios de sombra:
Não os esqueças
(....)
O areal tardio onde abandonámos
A língua que estiliza a fala,
Ainda sem confins ou iminências para olhos cansados.
Alguns avanços e abundantes
Os tropeços e amparos,
Levitações que acertaram ao lado o batimento
Dos nossos corações transitórios.
E portanto - não te esqueças:
Sempre certo o sobressalto, a espantosa avaria
Nesses pequenos órgãos
De saldar permanências.
TAVARES, Paulo, Não me esqueças, Órbitas, Porto, Assírio e Alvim, 2023, p. 67.
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