Marina de Faro
Mais: o tempo não teima, não se alonga,
antes ondeia como mar doente
e aceita ventos. Os caminhos que o fazem:
fio de seda tecida sem cuidado.
Depois de tantos anos, a memória
rompida de um anel,
mas nesse anel ver cheiros,
nele fulgirem coisas
os alfabetos fáceis de brinquedo.
Mas, seda pelo meio:
feita de bichos leves, sonolentos,
de um perigo de ruir marés e luas.
Anel como das fadas,
dedos de carne firme, os seus póros abertos
a tudo, a tudo, a tudo.
(...)
AMARAL, Ana Luísa, Imagias, Gótica, Viseu, 2002, p.18
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