sábado, 23 de abril de 2022

Rio

Sertã 

Rio, múltipla forma fugidia

De gestos infinitos e perdidos

E no seu próprio ritmo diluídos

Contínua aparição brilhante e fria.

 

Nos teus límpidos olhos de vidente

As paisagens reflectem-se mais fundas

Imóveis entre os gestos da corrente,

 

E o país em redor verde e silvestre

Alargou-se e abriu-se modulado

No silêncio brilhante que lhe deste.


ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Obra do mar, Caminho, 5.ª edição, 2005, p. 92

 

 

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