Todas as ruas que conheço
são um longo monólogo meu.
cheias de pessoas como árvores
batidas por obscuro ruído.
Ou se o sol floresce nas varandas
e semeia o seu calor na poeira agitada,
as pessoas que encontro são simples pedras
que não sei porquê vivem rodando.
Sob os seus olhos - que me fixam hostis
como se eu fosse inimigo de todos -
não consigo descobrir uma consciência livre,
de criminoso ou de artista,
mas sei que todos lutam sozinhos
pelo que procuram todos juntos.
São um longo gemido
todas as ruas que conheço.
Rogelio Echavarría in Um país que sonha - cem anos de poesia colombiana, Assírio e Alvim, s.l., 2012, p. 151.
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