sábado, 26 de março de 2022

Acordaste-me e sumiste-te

Vieste, meu Amado, acordar-me

do meu sono, e sumiste-te.

No meu coração, nasceste como a Lua

mas, mal olhei para ti, desapareceste.

Tendo tido um vislumbre do teu jardim

não mais tenho paciência para suportar esta existência.

Um gole do teu vinho inibriante

deixou-me perdido de amores e saudoso.

Pode uma casa manter-se de pé

quando as suas fundações foram abaladas?

No caminho do amor muitos são os altos e baixos,

muitas são as uniões e as separações.

Oh, quão interminável parece a jornada

até àquele lugar maravilhoso

aonde a minha paixão me leva.

 

Parece que este poema foi escrito a pensar em ti P


RUMI, O Pequeno livro da vida - o jardim da alma, do coração e do espírito, Alma dos Livros, 2020, p. 70.

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