O ar começa a doer
quando lentíssimos de amor
os resíduos caem
na palha:
a exígua
susbtância da alegria
ou lisa pedra de outono
morre na flor da candeia:
a escuridão invade
o pulso e gota a gota
a loucura
acode branca:
enquanto crescem dentes
à noite solitária
vem a música do sono
na água.
ANDRADE, Eugénio de, Véspera da água, Porto, Assírio e Alvim, 2014, p. 66
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