O sol nasceu agora
E a matéria
Da noite
Foi deixada aos deuses do sono
E aos seus auxiliares
No pesadelo.
Lavo o rosto do sol,
Beijo-lhe as crinas, os seus olhos
De animal incendiado.
Levanto-me com o destino marcado
Pelo seu relógio ardente
E atravesso o caos da manhã
Como um atleta
Que vai inaugurar a limpidez do mundo
Com um verso ainda nebuloso
E trôpego.
CARVALHO, Armando Silva, O País das minhas vísceras, s.l., Língua Morta, 2021, p. 307.
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