Amei-vos como uma insensanta: quanto desprezo eu tive por todas as coisas! O vosso procedimento não é de um homem de bem. Só por me terdes uma aversão natural me não haveis amado perdidamente. Deixei-me enfeitiçar por muito medíocres qualidades. Que haveis feito para me agradardes? Que sacrifício por mim fizestes? Não procuraste vós mil outros prazeres? Será que haveis renunciado ao jogo e à caça? Não foste vós o primeiro a partir com o Exército? Não regressastes depois de todos os outros?
Cartas portuguesas de Mariana Alcoforado, Lisboa, Terreiro do Paço Editores, 2013, p. 91.
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