Classificada como Monumento Nacional, a
Muralha de D. Dinis é uma construção medieval que nos leva numa viagem
no tempo, percorrendo mais de 1000 anos da história de Lisboa.
O
achado pode ser apreciado e compreendido no Núcleo de Interpretação do Museu do Dinheiro que
expõe artefactos arqueológicos de vários períodos, indispensáveis para
conhecer o passado da cidade.
A exposição inicia-se na cripta da
antiga Igreja de S. Julião e convida a descobrir objetos, sons e imagens
que caraterizavam os areais do Tejo nos períodos romano, medieval e
moderno. O Núcleo de Interpretação da Muralha de D. Dinis tem por
missão assegurar a salvaguarda dos achados, o estudo da coleção, a
divulgação e a acessibilidade a todos os visitantes
Em finais do séc. XIII, Lisboa era um
importante centro económico e de comércio sujeito a ataques vindos do
mar. Para defender pessoas e bens, D. Dinis mandou construir uma muralha
na zona ribeirinha da cidade.
Anterior à Cerca Fernandina, que ditou
o seu progressivo abandono, a Muralha de D. Dinis esteve em uso durante
cerca de 75 anos. Junto a ela desenrolava-se o dia-a-dia das gentes e
sentia-se o bulício próprio da capital do reino.
Ao longo dos
séculos, muitos edifícios aproveitaram a solidez desta construção para
aí apoiarem as suas paredes, entre os quais o Paço Real da Ribeira
construído por D. Manuel no período dos Descobrimentos.
Em 1755, o Terramoto de Lisboa danificou quase por completo a estrutura, que permaneceu soterrada mais de 250 anos.
Em
2010, escavações arqueológicas realizadas durante a remodelação da sede
do Banco de Portugal trouxeram o monumento de novo à luz do dia.
No
Núcleo de Interpretação da Muralha de D. Dinis é possível compreender o
modo como esta estrutura defensiva do séc. XIII influenciou o posterior
urbanismo da capital. A exposição está dividida por áreas temáticas e
reúne várias histórias: sobre o rei e o seu tempo, o devir histórico e o
contributo da arqueologia para a interpretação dos vestígios.
A
muralha é apresentada ao visitante num cenário intimista, que privilegia
a interpretação dos fragmentos e da iconografia e tira partido da
imersão nos ambientes da cripta e dos subterrâneos do edifício. O troço
de muralha expõe as evidências da história através de vestígios
arqueológicos que identificam diferentes momentos da sua evolução.
São
utilizadas diferentes formas de exposição: recursos multimédia, que
recriam atmosferas sensoriais da época, sons do quotidiano, música
medieval, representações gráficas, animações 3D, documentos escritos,
filmes e fragmentos de objetos reais.
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