ó meu amor, falo de amor e é grave
a ordem das palavars, se procuro
o lugar do teu rosto na canção
e nela te construo e és a chave
para abrir no que digo um osbcuro
ramal do coração a coração.
mas não será em vão
que tanto amor em tanta coisa fala
e em tanta sobressalta e em tanta acalma,
enfim, do que lhe dói,
tanta ilusão a que o real embala,
tanto rumor de súbito se cala
sempre que o amor se torna corpo e alma
e disso se constrói.
MOURA, Vasco Graça, Laocoonte, rimas várias, andamentos graves, Quetzal Editores, 2005, p. 119.
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