domingo, 8 de maio de 2022

Sento-me na cadeira e olho para o chão

Sento-me na cadeira

e olho para o chão:

mesmo à minha beira

abre-se o vulcão


onde o fogo assume

sua condição

de rubro negrume

sem limitação.


sem mira que veja

onde acaba a mão

que tem a bandeja

do vinho e do pão.


Mesmo que não queira,

sorvido me sumo:

desfaz-se a cadeira e eu desfeito em fumo.


 TAMEN, Pedro, Memória Indescritível, Lisboa, Gótica, 2000, p. 41.

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