O gato olha-me
ou o meu olhar olhando-o?
E eu o que vejo senão
a mesma Única solidão?
Chamo-o pelo nome,
pela oposição.
Em vão:
sou eu quem responde.
Virou-se e saltou
para o parapeito
real e perfeito, sem nome e sem corpo
(Também eu estou,
como ele, morto).
PINA, Manuel António, Todas as palavras - poesia reunida, Porto, Assírio e Alvim, 2012, p. 209.
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