Minha é apenas (e não o direi por amor,
mas por excesso de atenção
que requer o âmbar para arder)
uma luz inclinada para as violetas;
é tudo o que me resta de um país
cuja tristeza é cada vez mais vil,
essa luz que
entre os dedos se esboroa lenta;
e vendo bem, nem essa luz é minha
apenas, mas de quem na sombra
sente a sua
respiração difícil antes de dormir.
ANDRADE, Eugénio de, Véspera da água, Porto, Assírio e Alvim, 2014, p. 76.
Sem comentários:
Enviar um comentário