Não é o tempo
o que passa.
És tu
que te afastas
apressadamente
para a sombra,
e vais deixando cair,
como quem se despoja
dos seus bens,
tudo aquilo que amaste,
as horas
que te fizeram a sorte,
amigos
em quem teve um dia
refúgio a tua tristeza,
sonhos
inacabados.
No final, quase
vazias as mãos,
perguntas-te
em que momento
se foi de ti a vida,
se te segue ao ir,
como um fio de água
por entre os dedos.
Meira Delmar in Um país que sonha - cem anos de poesia colombiana, Assírio e Alvim , s.l., 2012, p. 115.
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