sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Mircea Eliade



Mircea Eliade (Bucareste, 9 de março de 1907 — Chicago, 22 de abril de 1986) foi um professor, historiador das religiões, mitólogo, filósofo e romancista romeno, naturalizado norte-americano em 1970.

Falava e escrevia fluentemente oito línguas (romeno, francês, alemão, italiano, inglês, hebraico, persa e sânscrito), mas a maior parte dos seus trabalhos acadêmicos foi escrita inicialmente em romeno (depois em francês e em inglês). É um dos mais influentes historiadores e filósofos das religiões da contemporaneidade.

Considerado um dos fundadores do moderno estudo da história das religiões e grande estudioso dos mitos, elaborou uma visão comparada das religiões, encontrando relações de proximidade entre diferentes culturas e momentos históricos. No centro da experiência religiosa do Homem, Eliade situa a noção do Sagrado. Sua formação de historiador e filósofo levou-o ao estudo dos mitos, dos sonhos, das visões, do misticismo e do êxtase. Na Índia, estudou ioga e leu, diretamente em sânscrito, textos clássicos do hinduísmo que ainda não tinham sido traduzidos para as línguas ocidentais.

Autor prolífico, procurou encontrar uma síntese dos temas que abordou. Nos seus escritos, é, frequentemente, destacado o conceito de hierofania, através do qual Eliade definiu a manifestação do transcendente em um objeto ou um fenômeno do cosmo.

A partir de 1940, trabalha como adido cultural e de imprensa nas representações diplomáticas romenas em Londres e Lisboa (1941-44), tendo residido em Lisboa e, após a morte da mulher, em Cascais, mais concretamente na Rua da Saudade (local que a autarquia de Cascais quis preservar na memória ao colocar aqui uma placa). Na capital portuguesa, interessou-se pelos clássicos, como Sá de Miranda, Camões e Eça de Queiroz, e empenhou-se em estabelecer elos mais fortes entre os latinos do ocidente e do oriente, impulsionando traduções, conferências e concertos.
 
Em Portugal, escreveu "Os Romenos, Latinos do Oriente", uma síntese histórica, cultural e espiritual do seu país, e Salazar e a Revolução Portuguesa, livro em que defendia que o general Ion Antonescu, no poder em Bucareste, poder-se-ia inspirar no regime português para criar um Estado autoritário mas não totalitário. A obra não surtiu, todavia, os efeitos pretendidos: não só Antonescu não adotou o modelo português, como Salazar não gostou, segundo informações que obteve, da "heterodoxia" da interpretação, o que levou a que o livro não fosse traduzido para a língua portuguesa. Um livro que acabou por nunca escrever, por causa de Salazar Si Revolutia in Portugália, já tinha até título: "Camões - Ensaio de Filosofia da Cultura" e versaria sobre um tema que o fascinava - as civilizações marítimas.

No seu "Diário Português", obra conhecida apenas em 2001 através de uma editora de Barcelona, com edição portuguesa, Mircea Eliade mostrou-se por vezes crítico, embora não hostil a Portugal, país que considerava periférico, um pouco à margem da história e da cultura.

Fonte: Wikipédia

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