Praia da Rocha

Aceita o que não podes mudar. Muda o que não podes aceitar.

SOUSA, Lúcio Sousa, O Diabo foi meu padeiro, Alfragide, D. Quixote, 2019, p. 221.

Onda na rocha

                 Praia do Vau.  Portimão 

Ovelhas curiosas e simpáticas

           Quinta do Lagarto, Évora 

Onde mora a minha esperança?

 

Praia da Comporta

A minha esperança mora

No vento e nas sereias –

É o azul fantástico da aurora

E o lírio das areias. 

 

ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Obra do mar, Caminho, 5.ª edição, 2005, p. 95.

Cavalo nos Canaviais

                              Évora 

INSTRUÇÕES PARA ATRAVESSAR O DESERTO

Faz falta uma certa confiança na sede,

um olhar límpido, e um caderno

de notas, que os dias

são compridos, lentos, e as noites tristes,

e não há tenda nem tribo

nem deus que ajudem em tanta solidão.

Para atravessar este íntimo deserto

faz falta querer, ter que, decidir

começar a andar e não olhar para trás,

não recuar, não ter outro remédio. 

 

PIQUERAS, Juan Vicente, Instruções para atravessar o deserto - poemas escolhidos, Porto, Assírio & Alvim, 2019, p. 29.

Vestígios do passado

                                                             Travessa das Galvoas, Évora 

Arcos no castelo

 LEIRIA

Lagos em Sophia

 

Era como uma árvore da terra nascida

Confundido com o ardor da terra a sua vida,

E no vasto cantar das marés cheias

Continuava o bater das suas veias.

 

Criados à medida dos elementos

A alma e os sentimentos

Em si não eram tormentos

Mas graves, grandes, vagos,

Lagos

Reflectindo o mundo,

E o eco sem fundo

Da ascensão da terra nos espaços

Eram os impulsos do seu peito

Florindo num ritmo perfeito

Nos gestos dos seus braços.

ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Obra do mar, Caminho, 5.ª edição, 2005, p. 49.