segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Igreja de Santos-o-Velho




Sobre os vestígios de um presumível templo tardoromano do século IV, dedicado aos santos mártires Veríssimo, Máxima e Júlia, foi edificada nova igreja em 1147. Mas são as intervenções de 1696 pelo arq. João Antunes - torres sineiras, frontespício e púlpito - e as obras de restauro em 1861 e 1876 que lhe conferiram o perfil que hoje conhecemos. 

 Trata-se de uma igreja cuja fachada principal, de um só corpo, ladeada por duas torres sineiras e rematada por frontão triangular vazado por janela iluminante, surge rasgada, a eixo, por um portal de arco abatido fechado por grade de ferro, de acesso à galilé, encimado por um relevo dos santos mártires, orago da igreja, e por um janelão emoldurado a cantaria lavrada e coroado de ática. 

Na galilé, para além da porta principal, temos o acesso à Capela dos Santos Mártires, onde se crê estar a sepultura dos mesmos. O interior da igreja, coberto por falsa abóboda de berço em madeira pintada e dourada, apresenta nave única aberta a 6 capelas laterais (3 de cada lado), à Capela de Nª Senhora da Conceição do lado direito do arco triunfal e à Capela do Santíssimo Sacramento. 

Na capela-mor profunda, evidencia-se a pedra de armas dos marqueses de Abrantes, os quais cederam o terreno para a construção da capela-mor, ficando com acesso às tribunas laterais da mesma através do seu palácio contíguo ao templo. Por sua vez, no altar-mor observa-se sobre o trono as imagens dos 3 padroeiros da igreja.

Fonte:  http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/igreja-de-santos-o-velho

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

O feitiço da boca é o silêncio

O feitiço da boca é o silêncio. (...) Não se pode criticar o poder sozinho (...) Se quisesse garantir o pão da família, devia ser um cidadão normal, nada de utopias. Foi por criticarem os reis que João Baptista e Thomas More perderam as cabeças, ambos, em épocas diferentes. As épocas mudam, mas a essência do poder é conservadora. Permanece intacta. A sociedade progride tecnologicamente, mas a verdadeira natureza humana, racionalmente construída na etapa da hominização, encontra-se irreversivelmente perdida.

MENDONÇA, José Luís, O reino das casuarinas, Alfragide, Editorial Caminho, 2014, p. 253.

sábado, 18 de novembro de 2017

O cantar da cegonha

Torre da igreja do Sobral da Adiça

Estradas do Alentejo

A caminho do Sobral da Adiça

Há quem se canse de percorrer as estradas intermináveis e lisas desse latifúndio sem relevos. Há quem adormeça de tédio a olhar a uniformidade da sua paisagem, que no inverno se veste dum pelico castanho e no verão duma croça madura. Que é parda mesmo quando o trigo desponta e loura mesmo quando o ceifaram.  

TORGA, Miguel, Portugal, Alfragide, 10.ª edição, Leya, 2015, p. 84.

Chaminés do Sobral da Adiça




























segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O mundo mata

O mundo mata, desagrega, põe um homem a discutir consigo mesmo e com ninguém. A mão invisível está a destruir a harmonia do homem com o homem.
É perigoso estar sentado numa esplanada. Perigoso passear. Perigoso estar acordado. Perigoso adormecer.

ALEGRE, Manuel, Tudo é e não é, Alfragide, Publicações D. Quixote, 2013, p.76.

sábado, 11 de novembro de 2017

Choro

E uma saudade densa caiu-me, como um peso, na alma. E chorei longamente, um choro recolhido, só choro para mim. Chorei quanto pude, até que a noite foi minha irmã e eu fui irmão da noite, um diante do outro, calados e de mão dadas.

FERREIRA, Vergílio, Manhã submersa, Amadora, 11.a edição Livraria Bertrand, 1954, p. 30.

Monumento aos mortos da Grande Guerra



Évora homenageia os seus mortos no Rossio de S. Brás, mas a sua memória vai evaporando-se...

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A Grande Guerra num Museu Português









No Museu do Combatente de Lisboa, em Belém, existem várias recriações do ambiente vivido nas trincheiras em França pelos soldados portugueses. Ao estarmos a celebrar os 100 anos que passaram sobre esta guerra horrível deveriam existir mais iniciativas no país sobre este tema. O site sobre as comemorações não chega a todos...