Inaugurado a 28 de Março de
1537, o Aqueduto da Prata de Évora é uma das mais marcantes obras
efetuadas na cidade na primeira metade do século XVI. Foi construído em
escassos seis anos, sob direção do arquiteto régio Francisco de Arruda, e
prolonga-se por cerca de 18 km, até à Herdade do Divor, onde vai
abastecer.
Muito
provavelmente sobreposto ao antigo aqueduto romano, o carácter civil da
construção foi enobrecido por alguns troços de inegável impacto
artístico e urbanístico.
Por exemplo, junto à igreja de São Francisco,
existiu até 1873 o Fecho Real do Aqueduto, um pórtico renascentista
composto por "um torreão de planta octogonal decorado por meias colunas
toscanas e nichos emoldurados, de vieiras nos arcos de meio ponto, tendo
um corpo superior com lanternim de aberturas do mesmo estilo,
envolvido, na base, por umas piriformes" (ESPANCA, 1966).

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Na
Rua Nova de Santiago, precisamente no local onde a cerca velha foi
cortada, Francisco de Arruda construiu uma Caixa de Água renascentista,
de planta quadrangular e atualmente com dois lados visíveis, com doze
colunas toscanas e amplo entablamento, obra que caracteriza o maior
empenhamento artístico em algumas zonas do aqueduto e que contrasta
drasticamente com outras partes do traçado em que o utilitarismo da
construção sobrepôs-se a eventuais intenções mais eruditas.
Ao
longo dos séculos o aqueduto da Prata sofreu algumas alterações entre
acrescentos e demolições. De maior visibilidade foram os vários
chafarizes e fontes que se implantaram ao longo do percurso citadino.
Parcialmente
restaurado no século XVII, em consequência das guerras da Restauração, o
aqueduto foi objeto de sucessivos beneficios durante os séculos XIX e
XX, não se alterando, contudo, a fisionomia geral inicial.
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