segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Volto-me para a morte

...Volto-me para a morte e chamo como só Deus se chama
A morte é um vizinho que se ama

Não és ainda tu
Nunca nenhum de nós
É que não há ninguém
Deus é distante como o vento ou a vida
e no cúmulo da sede nenhuma fonte nasce
Naqueles que morreram confiávamos
mas não mais se erguerão no dia a dia desta terra.

BELO, Ruy, Na Margem da alegria - poemas escolhidos por Manuel Gusmão,  Assírio e Alvim, 2011, p. 50.

Sem comentários: