domingo, 21 de março de 2021

Ó Primavera




HortenseLimpo de tédio os meus olhos para te receber,
Ó primavera, e um dilúvio de miosótis faz-me regressar
À estação das chuvas, ouvindo o correr das águas
Numa impaciência de estuário. Lanço a pedra do outono
Contra o anjo cego da madrugada, e as suas asas
Estendem-se sob as nuvens que desceram até ao campo
Onde a pastora se perdeu do rebanho…
JÚDICE, Nuno, Cantar rústico , Navegação de acaso, Lisboa, D. Quixote, 2013, p. 11.

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