quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Muro de silêncio

Tu ergues um muro de silêncio 

Que não consigo escalar

Nem sequer furar

Não sei o que mais fazer para o vencer


Quero combater esta fase

Entristece 

Este não diálogo 

Reconheço que não há dever de resposta


Mas tu, que conheces tão bem o meu corpo

Pretendes esquecer o meu espírito?

Neste desaparece 

Só este poema me acompanha 


Tu, que eu tanto adoro

Sinto que arrefece

E toda eu estremece 

Por este vazio que me cobre


Tu, por quem eu sinto

Calma e êxtase 

Ensinas-me tanto!

Contudo, aula desaparece 


Silêncio dói 

Eu sei que não me amas

Mas

não compreender porquê este modo de ser me corrói 


Só penso

fui negada e reprovada,

ignorada, magoada

e tal não mereço 


Espera e silêncio 

Constante num ano

que pensei em ser evolução 

não devo mesmo prestar para nada...


Conquistaste-me pela tua beleza,

Tranquilidade e sagacidade,

Inteligência e franqueza

Onde andam na realidade?


Descontrais-te!

Contraio-me,

de que me adianta saber

se quem eu gosto não quer?


Imunidade - a ti -

Nunca será felicidade 

Mas se para o Mestre tudo é igualdade

Tenho de me salvar e mutilar esta pele - de ti- dependente


XPTO 

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