domingo, 2 de outubro de 2011

Luís XIV e a construção do Palácio de Versalhes

O sucessor de Luís XIII, Luís XIV, teve um grande interesse em Versalhes. Com início em 1669, o arquitecto Louis Le Vau, e o paisagista, André Le Nôtre, começaram uma renovação detalhada do palácio. Era desejo de Luís XIV criar um centro para a Corte Real.

Depois do Tratado de Nijmegen, em 1678, a Corte e o governo da França começaram a mudar-se para Versalhes. A Corte estabeleceu-se oficialmente no palácio no dia 6 de Maio de 1682. Mudando a Corte Real e a sede do Governo de França, Luís XIV esperava ganhar grande controle do país pela nobreza, distanciando-se ele próprio da população de Paris. Todo o poder da França emanava desse centro: aqui existiam gabinetes governamentais, tal como casas para milhares de cortesãos, os seus acompanhantes, e todos os funcionários da Corte. Ao requerer que nobres de certa posição e estatuto passassem um período do ano em Versalhes, Luís evitava que desenvolvessem o seu próprio poder regional às custas do seu Poder Real e mantinha-os a concentrar esforços na centralização do governo francês numa Monarquia absoluta.

A construção e expansão de Versalhes tornou-se sinónimo do absolutismo de Luís XIV. O arquitecto Louis Le Vau, o arquitecto paisagista André Le Nôtre, e o pintor e decorador Charles Le Brun foram fundamentais nas campanhas de construção de Versalhes.

A Primeira Campanha de Construção consistiu em alterações no palácio e jardins em ordem a acomodar os 600 hóspedes convidados para a festa Plaisirs de l’Île enchantée, de 1664. Esta festa realizou-se em Maio de 1664, ostensivamente para celebrar as duas rainhas de França — Ana da Áustria, a Rainha Mãe, e Maria Teresa de Espanha, a esposa de Luís XIV — embora na verdade fosse dada para celebrar a amante do Rei, Louise de La Vallière.

A Segunda Campanha de Construção (1669-1672) foi inaugurada com a assinatura do Tratado de Aix-la-Chapelle (o tratado que pôs fim à Guerra de Devolução). Durante esta campanha, o palácio começou a assumir muita da sua aparência actual. O primeiro-andar do palácio novo, o piano nobile, foi dado inteiramente a dois apartamentos, um para o Rei e o outro para a Rainha. O Grand appartement du roi ocupava a parte Norte do palácio novo e o Grand appartement de la reine a parte Sul. Tanto o grand appartement du roi como o grand appartement de la reine formavam um conjunto de sete salas enfileiradas. Cada sala era dedicada a um dos "Corpos Celestes", personificados pelas divindades Greco-Romanas apropriadas. A decoração das salas, a qual foi conduzida sob a direcção de Charles Le Brun, descrevia as “heróicas acções do Rei” e eram representadas em forma alegórica pelas acções de figuras históricas do passado.

Com a assinatura do Tratado de Nijmegen (1678, o qual pôs fim à Guerra Franco-Holandesa de 1672-1678), começou a Terceira Campanha de Construção em Versalhes (1678-1684). Sob a direcção do arquitecto Jules Hardouin Mansart, o Palácio de Versalhes adquiriu muito do aspecto que apresenta hoje. Em adição à Galeria do Espelhos, Mansart desenhou as alas Norte e Sul (as quais eram usadas pela nobreza e pelos Príncipes do Sangue, respectivamente), e o Laranjal. Charles Le Brun, além de estar ocupado com a decoração interior das novas adições ao palácio, também colaborou com André Le Notre no arranjo paisagístico dos jardins.

A Quarta Campanha de Construção (1701-1710) concentrou-se quase exclusivamente na construção da Capela Real, desenhada por Mansart e finalizada por Robert de Cotte e a sua equipa de criadores de decoração. Também fizeram algumas modificações no Petit Appartement du Roy, nomeadamente a construção do Salon de l’Oeil de Boeuf e do quarto do Rei. Com a conclusão da capela em 1710, virtualmente, toda a construção em Versalhes cessou; a construção não seria retomada em Versalhes até cerca de 20 anos depois, já durante o reinado de Luís XV.

Fonte: Wikipédia

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