quinta-feira, 26 de maio de 2016

Matar o tempo



Matar o tempo, eis o único objectivo. E matá-lo bem morto. Não pensar. Não sentir. Não falar de problemas da vida. Não ler. Nem ouvir o que se passa na vida, à nossa volta. (…) Matar o tempo. Não sentir. Não falar. Não ler. Nem ouvir o que se passa na vida à nossa volta. Eis porque que nos matamos de canseiras. É este o tempo de matar Matando-nos. Matando à pressa o tempo das nossas vidas. 


FONSECA, Manuel da, Matar o tempo, O vagabundo na cidade, Editorial Caminho, 2001, p.p. 37-38.

Sem comentários: