Estava-se
no fim da tarde, naquele lusco-fusco que junta e separa o dia da noite,
o trabalho e o êxodo a caminho de casa, a pressa de partir, a pressa de
chegar. As pessoas alinhavam-se nas paragens dos transportes, os
transportes alinhavam-se nas paragens forçadas dos engarrafamentos,
Lisboa densa e enervada, uma hora ainda, mais uma hora até começar a
espreguiçar-se, serenando de ruídos e de bulícios, por fim o encontro da
madrugada com seus guerreiros e amantes.
ZAMBUJAL, Mário, Crónica dos bons malandros, 3.ª edição, Lisboa, Clube do autor, p. 125.
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