Temos de tudo, como na botica. Ainda nada, porém, que possa equiparar-se ao esplendor extraordinário e universal que foi o Souza-Cardoso e os mais da sua geração. Chego a olhar Almada Negreiros como se olha, estremunhadamente, um fabuloso bicho de outras eras, chegado, por cataclismo cósmico, a um planeta que o ignora. Mais cedo ou mais tarde terão os nossos "jovens" de constatar que o espírito de técnica a que se apegam todos, abstractos, "surrealistas", neo-realistas, etc. é a mezinha que leva ao academismo de que estamos cheios.
CESARINY, Mário, As Mãos na água, a cabeça no mar, Assírio & Alvim - Porto Editora, 3.ª edição, Porto, 2015, p. 24.
Sem comentários:
Enviar um comentário