Se há marca que enobreça o semelhante, é essa intangibilidade que o alentejano
conserva e que deve em grande parte ao enquadramento. O meio defendeu-o
duma promiscuidade que o atingiria no cerne. Manteve-o vertical e
sozinho, para que pudesse ver com nitidez o tamanho da sua sombra no chão.
Modelou-o de forma a que nenhuma força, por mais hostil, fosse capaz de lhe
roubar a coragem, de lhe perverter o instinto, de lhe enfraquecer a razão...
TORGA, Miguel, Portugal, Alfragide, 10.ª edição, Leya,2015, p. 85.
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