quarta-feira, 6 de março de 2013

Oeste, vida parada

"Oeste, vida parada", pois que ao  longo daquelas tardes de Verão mais uma vez atentara no pachorrento morrer de cada dia. Vida parada. O ar morno a pernetrar-nos, a possuir-nos. O jogo das damas no café. O sorriso perpétuo do presidente da Câmara. A boa vontade do senhor Isidro. Tudo igual, através dos meses, através dos anos. A vida a arrastar-se como os bois, que, ronceiros e enfadonhos, sulcacam a terra viva. Mas uma vida asssim parecia morta - ou parada. Vida parada. Oeste.

TRIGUEIROS, Luís Forjaz, Oeste, vida parada, Ainda há estrelas no céu, 2.ª edição, Lisboa, Editorial Verbo, 1972, p.74.

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