António
Ribeiro, conhecido por Poeta Chiado, nasceu em Évora em data
desconhecida, cidade onde professou pela Ordem dos Franciscanos, e
faleceu em Lisboa em 1591, para onde veio após ter abandonado a vida
religiosa. Contemporâneo de Camões que o menciona como poeta engenhoso
num dos versos do Auto de El Rei Seleuco, desenvolveu sobretudo a
poesia jocosa e a sátira, através da descrição de quadros flagrantes da
vida social do período em que viveu, tendo afinidades literárias com
Gil Vicente.
A estátua em bronze, da autoria de Costa Motta
(tio), com plinto quadrangular em pedra lioz de José Alexandre Soares,
foi colocada por iniciativa da vereação municipal, que desta forma quis
prestar homenagem a António Ribeiro, conhecido com o nome de uma das
mais conhecidas zonas de Lisboa, o Chiado, por aí morar.
Alguns grandes
nomes da cultura literária do princípio do século XX, como Aquilino
Ribeiro, Teixeira de Pascoais e Raul Brandão manifestaram-se contra,
argumentando que outras figuras seriam mais merecedoras de uma homenagem
por parte do município lisboeta. Consideravam que a fama de poeta
popular, arruaceiro, boémio, praguento e chocarreiro mas no entanto,
talentoso, que António Ribeiro granjeava, não eram razões
suficientemente válidas para justificar a colocação de um monumento em
sua homenagem, numa praça de tradição cultural, junto de teatros e de
duas outras estátuas de figuras das letras nacionais: Camões e Eça de
Queiroz. O poeta retratado envergando o hábito de monge que se julga
nunca ter abandonado, aparece numa postura de animada conversa,
parecendo interpelar quem passa.
Fonte: Laura Trindade in http://www.lisboapatrimoniocultural.pt/artepublica/eescultura/pecas/Paginas/Chiado.aspx
Sem comentários:
Enviar um comentário