Viver sozinho é uma interminável travessia do deserto, que nos põe à prova, que nos põe à prova de todas as maneiras e que, a principio, custa muito. Depois, ultrapassado o inferno da habituação, é difícil renunciar a essa conquista. Querer partilhar o espaço com alguém que, até se integrar, requer uma atenção permanente, vai sendo difícil.
Da melancolia de uma companhia constante, passa-se, sem transição, à claustrofobia da imposição permanente.
FERRO, Rita, Só se morre uma vez - Diário 2, Alfragide, D. Quixote, 2015, p.103.
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