quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Lagos em Sophia

 

Era como uma árvore da terra nascida

Confundido com o ardor da terra a sua vida,

E no vasto cantar das marés cheias

Continuava o bater das suas veias.

 

Criados à medida dos elementos

A alma e os sentimentos

Em si não eram tormentos

Mas graves, grandes, vagos,

Lagos

Reflectindo o mundo,

E o eco sem fundo

Da ascensão da terra nos espaços

Eram os impulsos do seu peito

Florindo num ritmo perfeito

Nos gestos dos seus braços.


ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner, Obra do mar, Caminho, 5.ª edição, 2005, p. 49.

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