Não têm qualquer mistério, os gatos
Somente o olhar um pouco profundo
Deixando apenas decifrar nas suas formas
O pardo movimento da sua quietude
pulsam a vida viva contra o coração da casa
respirando o ar do coração do mundo
invadem-nos os sonhos noite adentro
e como pequeninos deuses desocupados
constroem-nos palavras na boca até amanhecer:
As que nunca diremos pela manhã
ensinam-nos a arte do silêncio
e da gratidão.
RIBEIRO, Rui Casal, Escrever a água, Lisboa, Edições Colibri, 2018, p. 77.

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