Um fruto cresce, mas ele também procura
A ausência, o sumo ao ficar derramado,
o odor que se perdeu desde o início. Abre-se
para o vazio e recebe as sementes, o que não existe
ainda. À volta os gomos ou a polpa. Devagar
chega a seiva e encontra-o. Depois há quem venha
colhê-lo. Amadureceu. É redondo. Na árvore
oscila, acaba por cair. Dentro de si mesmo.
GUIMARÃES, Fernando, Junto à pedra, Santa Maria da Feira, Edições Afrontamento, 2018, p. 72.
Sem comentários:
Enviar um comentário