Severim de Faria era um curioso e estudioso, interessando-se pela história nos seus múltiplos aspectos, sendo hoje considerado um autor de referência para a genealogia da família real, bem como no âmbito da numismática e arqueologia. Fruto dos seus contactos locais e nacionais obteve um acervo de peças romanas de considerável dimensão, nomeadamente no que a moedas romanas diz respeito. Também tinha inúmeros exemplares de moedas dos reinos godos e mouros e dos reis de Portugal, sobre as quais escreveu vários estudos, que se tornaram imprescindíveis e inúmeras vezes citados, nacional e internacionalmente. Ainda na sua vertente de historiador, efectuou vários estudos genealógicos sobre os reis de Portugal e várias famílias nobres. E escreveu as primeiras biografias de Camões, João de Barros, Diogo do Couto e outros personagens relevantes do seu tempo.
Assim, a sua intervenção política deu-se naturalmente por via da escrita. Em 1624 Severim de Faria publicou a obra Discursos Vários Políticos, na qual advogou, nomeadamente, a transferência da sede da corte de Madrid para Lisboa . Como homem do seu tempo, manifestou-se contrário ao perdão geral dado aos cristãos novos, de 1601, concedido a troco da entrega de elevada quantia de dinheiro à Coroa pelos judeus de Lisboa em dois pequenos livros: Razões Para Não Se Admitirem Sinagogas em Portugal e Relação dos Castigos Que Tiveram os Reis de Portugal Que Favoreceram os Judeus.
![]() | Manuel Severim de Faria Chantre e Cónego da Sé de Évora elegeo para si esta sepultura assim por sua devoção, como por estar nella o corpo do P. D. Basílio de Faria seu tio, que falleceo sendo Prior deste Convento a 5 de Abril de 1625. |
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