Originalmente, o edifício era uma moagem, projectada em 1830 pelo Arquitecto Joaquim José de Oliveira, por encomenda do fundador da Vista Alegre, José Ferreira Pinto Basto. A implantação junto à Ria, com um grande número de arcos submersos, justifica-se pela sua primeira vocação industrial, quando a fábrica de moagem funcionava com moinhos de maré.
Já no final do século XIX, um projecto do arquitecto Augusto Silva Rocha, responsável pela traça de tantos outros edifícios Arte Nova na cidade, adaptou o imóvel à Escola de Desenho Industrial, da qual era o presidente. A denominada Casa dos Arcos apresenta, no primeiro piso da fachada principal, um conjunto de vãos em arco abatido, unidos pelo varandim de serralharia, com motivos florais, de linguagem Arte Nova.
O segundo piso foi-lhe acrescentado já em 1908. O seu desenho procurou respeitar a arcaria inferior, sendo que a cada arco correspondem duas janelas. Ao centro, a varanda em arco abatido é muito semelhante às restantes, destacando-se este corpo central por ser mais alto e rematado por um frontão triangular, ladeado por volutas. Todo o conjunto é coroado por modilhões.
A entrada para o edifício insere-se na fachada lateral esquerda, situada
na Rua principal. A porta tem na bandeira gradeamento Arte Nova e, por
cima, um painel de azulejo de dimensões reduzidas, azul e amarelo, com o
ano de 1918. Esta, deverá corresponder à última intervenção realizada,
que coincide com a data em que o imóvel foi adquirido por um
comerciante, antes de ser vendido ao Ministério da Marinha, em 1925.
O azulejo, de motivos florais, surge ainda nesta mesma fachada, mas no segundo piso. Do lado esquerdo, a fachada é mais alta, com um torreão rematado por modilhões, e uma janela com azulejos de temática marítima. Os restantes alçados são relativamente simples, sendo que um portão de gradeamento Arte Nova permite o acesso à zona posterior do edifício.
No novo projecto de reabilitação, assinado por Dias da Silva, a fachada Poente da Capitania foi recuperada, mantendo o seu cromatismo, bem como os elementos decorativos e a relação volumétrica com a cobertura. Por sua vez, a fachada Norte (na Avenida Dr. Lourenço Peixinho), foi reconstruída, e a fachada Sul beneficiou de "um novo desenho com elementos decorativos relacionados com a fachada Poente" (Câmara Municipal de Aveiro).
Fonte: http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74838
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