Isto é assaz para as tristezas das
mulheres, que não têm remédios para o mal, que os homens têm :porque,
nesse pouco tempo que há que eu vivo, tenho aprendido que não há tristezas nos
homens ; só as mulheres são tristes : que as tristezas quando viram
que os homens andavam de um cabo para o outro, e, como as mais das cousas, com as
contínuas mudanças ora se espalhavam, oram se perdiam, e que as muitas ocupações
lhes tolhiam o mais do tempo, tornaram-se às coitadas das mulheres, ou porque
aborreceram as mudanças, ou porque elas não tinham para onde lhes fugir.
RIBEIRO, Bernardim, Menina e moça,
Lisboa, Editorial Verbo, 1972, p. 27.
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