domingo, 7 de maio de 2017

Fecho-me

Fecho-me, é certo, de muitas coisas boas e que não queria perder, mas que sei ser o preço a pagar, e fecho-me, acima de tudo, daquilo que me magoa, que me ofende e poderia destruir-me se não construísse um outro mundo, dentro de uma fortaleza onde estou como estava na barriga da minha mãe.

TAVARES, Miguel Sousa, Não se encontra o que se procura, Lisboa, 2.ª edição, 2015, p. 122.

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