quinta-feira, 11 de maio de 2017

No fim, fica apenas o deserto


Se chove as plantas florescem; se não há chuva, secam e morrem. Os insectos são comidos pelas lagartixas, por sua vez devoradas pelos pássaros. Todos acabam por morrer e, depois de mortos, ficam ressequidos. Uma geração desaparece, outra toma o seu lugar. É assim que as coisas se passam. Há muitas maneiras de viver. Há muitas maneiras de morrer. Isso, porém, não tem qualquer importância. No fim, fica apenas o deserto. Só o deserto permanece verdadeiramente vivo.  

MURAKAMI, Haruki, A sul da fronteira, a oeste do sol, Alfragide, 5ª edição,Casa das Letras, 2014, p. 96.

Sem comentários: