Se chove as
plantas florescem; se não há chuva, secam e morrem. Os insectos são comidos
pelas lagartixas, por sua vez devoradas pelos pássaros. Todos acabam por morrer
e, depois de mortos, ficam ressequidos. Uma geração desaparece, outra toma o
seu lugar. É assim que as coisas se passam. Há muitas maneiras de viver. Há
muitas maneiras de morrer. Isso, porém, não tem qualquer importância. No fim,
fica apenas o deserto. Só o deserto permanece verdadeiramente vivo.
MURAKAMI, Haruki,
A sul da fronteira, a oeste do sol, Alfragide, 5ª edição,Casa das Letras, 2014, p. 96.
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