sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Igreja de S. Julião

A primitiva Igreja de S. Julião não se encontrava no local que ocupa hoje, mas sim a norte da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira (cruzamento da Rua de S. Julião com a Rua Augusta).
Com a destruição causada pelo terramoto de 1755 a igreja foi reconstruída no local onde outrora se erguera a Patriarcal de D. João V, igualmente arrasada pela catástrofe. A reconstrução foi concluída em 1802. Catorze anos depois, um incêndio destruiu o recheio do templo, que teve de sujeitar-se a novas obras, as quais se prolongaram até 1854.

Em 1910, o Conselho Geral do Banco de Portugal decidiu comprar a antiga Igreja de São Julião e os seus anexos, devido ao crescimento do Banco. De 1910 a 1933 decorreram as negociações entre o Banco de Portugal e a Confraria de São Julião. Em 7 de Junho de 1933, foi celebrada a escritura de compra e venda do edifício, altura em que foi dessacralizada.


Em 30 de Novembro de 1938, o Banco submeteu à Câmara Municipal de Lisboa (CML) um ante-projeto elaborado pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, a fim de substituir por um único prédio os diversos edifícios que constituíam o conjunto da sede e da antiga Igreja de S. Julião e anexos. Todavia, esse requerimento não teve resposta favorável da edilidade.
Posteriormente o Banco decidiu aproveitar os espaços disponíveis para áreas técnicas, casas fortes, arquivos e, ainda, estacionamento temporário para cargas e descargas de materiais, equipamentos e pessoas.
A decisão para a reabilitação e restauro do edifício da Sede do Banco de Portugal foi tomada em 2007, tendo em conta a necessidade de reabilitação geral do edifício, incluindo o seu reforço estrutural; o cumprimento dos eurocódigos em termos de resistência anti-sísmica e protecção contra incêndios; a adopção de vários dispositivos de segurança e de saídas de emergência; e a instalação do Museu do Dinheiro.


Entre 1965 e 1970 o Banco elaborou dois projectos de aproveitamento deste espaço:
• Elevação de mais um piso, que foi aprovado pela CML em 3 de Dezembro de 1971;
• Aproveitamento da zona ocupada pela antiga Igreja e sua integração em edifício único, aprovado pela CML em 1973, tendo sido concedida a respectiva licença de demolição do edifício, com a condição de que ela fosse antecedida pela numeração das pedras, o que indiciava uma possível reconstituição noutro local.
Os trabalhos iniciados, apesar das vozes de protesto contra a destruição da Igreja, foram suspensos em finais de 1974 devido a nova orientação camarária após o 25 de Abril.

O projecto de reabilitação e restauro do edifício (que decorreu entre 2007 e 2012) cumpre os eurocódigos relativos à resistência sísmica e à protecção contra incêndios. Desde Abril de 2016 a antiga Igreja de S. Julião acolhe o Museu do Dinheiro.
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Fonte: https://www.museudodinheiro.pt/patrimonio/1/antiga-igreja-de-s-juliao

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