A
primitiva Igreja de S. Julião não se encontrava no local que ocupa
hoje, mas sim a norte da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira (cruzamento
da Rua de S. Julião com a Rua Augusta).
Com a destruição causada
pelo terramoto de 1755 a igreja foi reconstruída no local onde outrora
se erguera a Patriarcal de D. João V, igualmente arrasada pela
catástrofe. A reconstrução foi concluída em 1802. Catorze anos depois,
um incêndio destruiu o recheio do templo, que teve de sujeitar-se a
novas obras, as quais se prolongaram até 1854.
Em 1910, o Conselho
Geral do Banco de Portugal decidiu comprar a antiga Igreja de São Julião
e os seus anexos, devido ao crescimento do Banco. De 1910 a 1933
decorreram as negociações entre o Banco de Portugal e a Confraria
de São Julião. Em 7 de Junho de 1933, foi celebrada a escritura de
compra e venda do edifício, altura em que foi dessacralizada.
Em 30
de Novembro de 1938, o Banco submeteu à Câmara Municipal de Lisboa (CML)
um ante-projeto elaborado pelo arquitecto Porfírio Pardal Monteiro, a fim
de substituir por um único prédio os diversos edifícios que constituíam
o conjunto da sede e da antiga Igreja de S. Julião e anexos. Todavia,
esse requerimento não teve resposta favorável da edilidade.
Posteriormente
o Banco decidiu aproveitar os espaços disponíveis para áreas técnicas,
casas fortes, arquivos e, ainda, estacionamento temporário para cargas e
descargas de materiais, equipamentos e pessoas.
A decisão para a
reabilitação e restauro do edifício da Sede do Banco de Portugal foi
tomada em 2007, tendo em conta a necessidade de reabilitação geral do
edifício, incluindo o seu reforço estrutural; o cumprimento dos
eurocódigos em termos de resistência anti-sísmica e protecção contra
incêndios; a adopção de vários dispositivos de segurança e de saídas de
emergência; e a instalação do Museu do Dinheiro.
Entre 1965 e 1970 o Banco elaborou dois projectos de aproveitamento deste espaço:
• Elevação de mais um piso, que foi aprovado pela CML em 3 de Dezembro de 1971;
• Aproveitamento da zona ocupada pela antiga Igreja e sua integração em edifício único, aprovado pela CML em 1973, tendo sido concedida a respectiva licença de demolição do edifício, com a condição de que ela fosse antecedida pela numeração das pedras, o que indiciava uma possível reconstituição noutro local.
Os trabalhos iniciados, apesar das vozes de protesto contra a destruição da Igreja, foram suspensos em finais de 1974 devido a nova orientação camarária após o 25 de Abril.
• Aproveitamento da zona ocupada pela antiga Igreja e sua integração em edifício único, aprovado pela CML em 1973, tendo sido concedida a respectiva licença de demolição do edifício, com a condição de que ela fosse antecedida pela numeração das pedras, o que indiciava uma possível reconstituição noutro local.
Os trabalhos iniciados, apesar das vozes de protesto contra a destruição da Igreja, foram suspensos em finais de 1974 devido a nova orientação camarária após o 25 de Abril.
O projecto de
reabilitação e restauro do edifício (que decorreu entre 2007 e 2012)
cumpre os eurocódigos relativos à resistência sísmica e à protecção
contra incêndios. Desde Abril de 2016 a antiga Igreja de S. Julião
acolhe o Museu do Dinheiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário